Carta aberta de um jovem Tamasheq aos combatentes pela liberação da Azawad.
Queridos irmãos, queridas irmãs, queridos amigos, obrigado por terem vindo trazer vosso sustento à Azawad que luta com coragem e determinação para conquistar enfim sua liberdade e dignidade.O combate que esta acontecendo atualmente pela Azawad é um combate nobre e legitimo. Ele é nobre porque aspira a colocar no lugar uma sociedade cheia de liberdade, de justiça e igualdade entre os diferentes componentes da Azawad. Ele é legitimo porque é a emanação do ajuntamento de povos que vivem sobre este território moldado por séculos de cultura e de civilizações autóctones tendo vivido antes em perfeita harmonia. Hoje, a Azawad, com todos os seus componentes, lutam para se liberar da politica criminosa do estado malien que nega nossa existência, arruína nosso território e difama nosso povo. E verdade que nos atravessamos atualmente um período muito difícil mas é também um período crucial para o nosso futuro, porque não há direito mais legitimo do aquele de viver dignamente e livremente sobre a sua própria terra e não há nada pior que ser estrangeiro em seu próprio pais.
Os povos e as comunidades humanas aspiram naturalmente, e sempre, a justiça, a liberdade e a dignidade. Estas são aspirações universais repartidas pelos povos da terra. Os princípios fundamentais que são a liberdade, a justiça e a dignidade devem ser aplicadas a todos os povos, em todo o lugar e em todo o tempo sem distinção de raça, de religião, de língua ou de cultura. São valores sagrados aplicáveis a todos os seres humanos. E não há razão para que os povos da Azawad sejam privados.
O movimento da Azawad é primeiro e antes de tudo um ajuntamento de valores humanos universais que trazemos em nos depois de milênios. Nos estimamos que a violação dos direitos humanos é uma grave violação que nos não podemos aceitar. Nosso movimento esta a trabalhar para a confirmação do direito humano de dispor livremente de si mesmo, para viver com dignidade e desfrutar de seus direitos naturais. O direito à auto- determinação é o direito mais importante que é derivado das lutas dos povos na historia da humanidade. Em nome da carta universal dos direitos humanos, o principio da criminalização do colonialismo e a ocupação ilegal do território dos outros em nome de todos os pactos semelhantes, tais como o direito dos povos a escolher o sistema de governo que lhes convier, o direito dos povos a suas terras e sua riqueza esta no nome de todos os direitos consagrados no direito inter nacional, que o movimento da Azawad, nas suas diversas componentes, resiste aqueles que tentam joga-la fora da roda da historia por todos os meios possíveis. E por isto que hoje chamamos as organizações inter nacionais, os democratas do mundo inteiro, assim como os estados regionais para assumir sua responsabilidade para que seja posto um fim ao massacre perpetuado pelo regime malien contra os povos da Azawad e apoiar as revindicações legitimas dos azawadiens.
Desde a independência do Mali, a tirania e a arrogância absoluta constituem o único quotidiano dos povos da Azawade. A criação de estados pós coloniais como o Mali não representa para nos mais que uma suceção de grande infelicidade vividos dentro de uma indiferença geral indigna da raça humana. Embora o movimento de liberação da Azawad é um dos mais antigos movimentos de luta dos povos para a aquisição de seus direitos legítimos; ele continua a sofrer de abandono e de indiferença da comunidade inter nacional até o ponto dos povos da Azawad se perguntarem se eles se preocupam com os direitos humanos em relação a eles da mesma maneira que se preocupam com outros povos. Por que o mundo inteiro ignora os genocidios que são expostos depois de tantos anos? A Azawad sofre desde a fundação do estado do Mali uma sucessão de genocídios, de revoltas, de pseudos acordos jamais respeitados, de pseudos apaziguamentos, deslocação da população, de assimilação forçada e humilhações sem que pessoa reagisse contudo, nos mesmos constituídos de homens e de mulheres, como outros povos que sofreram situações semelhantes como a Eritreia, Kosovo, Timor Leste, e sul do Sudão em Darfur. O sofrimento do povo da Azawad desde o advento do estado nação.
Os povos da Azawad eram, antes de entrar no colonialismo francês na Africa, uma comunidade vivendo sob um sistema de federações com base na extensão de suas terras. Eles controlavam seu ajuntamento de terra segundo uma conduta democrática rara na Africa e caraterizada pela separação entre suas autoridades, de acordo com os princípios reconhecidos hoje em todos os sistemas modernos. havia três sultanatos na terra da Azawad, agora conhecidos como o norte do Mali. Estes sultanatos eram coordenados na gestão de todos os países em um sistema politico e social comum respeitando a diversidade de povos que o compunha. O setor cientifico era igualmente desenvolvido notadamente na vila de Tombouctou. Esta era conhecida por sua prosperidade, de sua industria tradicional e auto suficiência econômica. Os povos da Azawad viviam de uma maneira geral, em paz com os seus vizinhos. Eles eram ligados entre eles, tinham boas relações com os vizinhos,o comercio e as mudanças culturais. Apos a chegada da colonização francesa, os azawadiens tinham continuamente conduzido 1894-1954, as batalhas de resistência contra a ocupação francesa para defender suas terras e patrimônio social, cultural e politica construídas ao longo de milhares de anos. Em seguida, a retirada francesa da Africa começou e as pessoas da Azawad já perceberam a importância e seriedade de qualquer decisão nestes momentos históricos. Assim o povo da Azawad apresentou uma carta assinada por quase 400 figuras emblemáticas representando todos os componentes da Azawad. A carta enderessada ao governo francês pedia a devolução da independência do território da Azawad, sem lês transferir para um outro território. Os povos da Azawad haviam obtido a promessa da independência. Mas a promessa não foi cumprida por causa de certas intervenções regionais e inter nacionais e a Azawad terminou sendo ligada a um corpo estranho que não lhe garantia nada em qualquer desenvolvimento econômico,social, cultural ou tecnológico, nem mesmo o minimo respeito pela dignidade humana. A realidade do Mali começa então a se manifestar, era um estado de vir a tomar e não dar ou partilhar pelo menos. Os primeiros projetos dentro da Azawad eram de impor o comunismo e o pensamento socialista com o governo do ditador Modibo Keita. Esta politica era fundada na desapropriação dos azawadiens de suas terras e de seus animais para tornar-se patrimônio do estado. Esta politica estava igualmente fundada sobre a politica dos casamentos forçados visando eliminar a diversidade étnica no seio dos povos da Azawad. Claramente, o que era exigido da Azawad era o seu desaparecimento como uma entidade tendo sua própria particularidade. Isto não era a unidade dos povos e a criação de um estado democrático dentro do qual todos participam e beneficiam da diversidade cultural e étnica.
Os primeiros levantes azawadiens contra a ditadura e o racismo foi em 1963. Mas o Mali havia utilizado métodos odiosos para erradicar o combate dos azawadiens para a liberdade através de assassinatos de pessoas idosas, os guardiões da memoria, a queima dos campos, o extermínio dos animais e o envenenamento dos poços. Estas praticas refletiam bem a politica real do estado do Mali, cujo verdadeiro objetivo não era eliminar os elementos da revolta somente, mas era na verdade uma limpeza étnica visando erradicar toda a comunidade. Acompanhada da fome e da politica da terra queimada, a resistência foi abortada com brutalidade indescritível. Graças a ajuda de Ben Bella na Algeria e do rei Hassan II do Marrocos, que apresentou os lideres políticos da revolução azawadiana ao governo do Mali, provocando aos povos da Azawad um choque enorme. Assim terminou a revolta de 1964.
A situação continua assim com muitos assassinatos e deslocamento, fome e humilhação. As tentativas de eliminar as culturas autóctones e de erradicar o sentimento nacional azawadien continuou até os povos da Azawad virem a decidir iniciar a sua segunda revolução em 1990. Esta segunda revolução foi caraterizada por massacres ainda piores que o de Modibou Keita. Os eventos da segunda revolução levara ao primeiro acordo, na Algeria, que fornecia um estatuto especial para as áreas da Azawad. Mas o Mali encontrou rapidamente uma maneira fácil de não respeitar as disposições do tratado, organizando um golpe de estado contra o sistema de Moussa Traoré. O papel de Amadou Tomani Touré, como um homem politico do Mali, começou pela formação, em 1993/1994, de uma milicia dirigida contra a Azawad e que visava seu direito de existir na Africa em geral e acelerar o movimento de migração da população. Esta milicia havia já cometido massacres contra os civis, matando mais de 700 civis mulheres, crianças e idosos. Tudo isto aconteceu sob os olhos da comunidade regional e inter nacional. A situação dos povos da Azawad persistiu até o levante de 2006, que terminou com o terceiro acordo entre o povo da Azawad e o governo malien, ainda sob os auspícios da Algeria, e como seus predecessores, era suposto garantir as condições para respeitar a vida privada, cultural e politica da Azawad, acelerar projetos de desenvolvimento, reduzir o numero de tropas militares em áreas povoadas e chegar a formação de unidades militares constituídas principalmente por pessoas da Azawad para assumir a segurança na região. Mas, novamente, era exatamente o oposto que se realizou depois da assinatura do acordo. O Mali se precipita a cometer outros crimes com a morte de um membro precedente levante Barka Cheikh e de seu companheiro, Mohamed Ag Mossa. Os povos da Azawad não viram nenhum suspeito ser levado a justiça. Pelo contrario, o presidente assinou a decisão do exercício parlamentar de 1996 para perdoar todos os responsáveis por eventos relacionados à Azawad. os povos da Azawad foram considerados todos criminosos merecendo o que lhes aconteceu. Mas, tudo isto era uma questão de estratégia de dominação de minoria étnica orientada e deliberada, considerando o estado como único com o direito de monopolizar o uso legitimo da força.
Os revoltados da anexação da Azawad ao Mali.
1) A manutenção de desespero na comunidade da Azawad tentando contornar toda a esperança de ter um papel gestão de sua vida politica, social, cultural, e econômica; operacional através de bloquear todas as tentativas revolucionarias, dentro do objetivo de realizar qualquer coisa de sua aspiração, eliminando os sentimentos da necessidade de preservar as especificidades culturais e sociais da Azawad. Quando a proteção do resto do humanismo da Azawad, ela opôs -se a praça, utilizando os métodos de malicia e astucia, como que para criar o caos na sociedade colocando uma parte contra a outra para cortar o caminho a toda ação coletiva útil. Tudo isto foi naturalmente acompanhado pela recusa sistemática do governo malien de aplicar os acordos assinados.
2) As pressões regionais sobre os povos da Azawad durante cada revolta contra a sua dura realidade e lhes obrigar a acordos que não contém nada mais que as aspirações minimas de sua nação. Além disso, o governo do Mali não exita, diante dos mediadores e da comunidade inter nacional, para trair os termos destes acordos. Promessas são lançadas para o povo da Azawad;mas, no Mali, as experiências dos acordos de 1991; 1992;1996; 2006 e 2008 mostrou que o governo nunca teve qualquer intenção de aplicar qualquer coisa.
3) A trans formação da região da Azawad de maneira voluntaria, em uma região entregue a todas as atividades proibidas no mundo neste caso, a celula chamada de al qaeda no magrebe islâmico. Esta razão providencial permitiu ao estado maliense de continuar suas atividades como os sequestros, os massacres e a marginalização politica. O governo do Mali usa como pretexto a presença do terrorismo para justificar seus crimes contra a humanidade cometidas contra os povos da Azawad. A existência desta organização terrorista da uma cobertura suficiente ao estado maliense para continuar seu bloqueio nas áreas densamente povoadas de nosso povo com a intenção de prosseguir a politica de abate lento,mas certo, e dirigido ao mais alto nível do governo malien.
Por todas estas razões, nosso movimento decidiu lutar contra este estado criminoso e perverso em seu modo de ação. Efetivamente julgai vos mesmos, depois do combate que opuseram nosso exercito, eles atacaram as nossas famílias, queimaram nossas casas, saquearam nossas propriedades e aterrorizaram nossas mulheres e nossos filhos, para se vingar da derrota do exercito malien dentro do nosso território. O Mali não tem nada melhor para fazer do que se vingar sobre as famílias tamasheqs que vivem em Kati e Bamako. Centenas de famílias tamasheqs apressadamente abandonaram suas casas e se dirigem atualmente as fronteiras do Senegal, da Mauritânia, Burkina faso e Niger para escapar das agreções cometidas contra eles. Lembramos a opinião publica inter nacional que, ao contrario do exercito do Mali, as nossas tropas atacam apenas as instituições militares e não civis. O exercito do Mali deve saber que ele não poderá jamais nos privar da nossa determinação de levar até o fim nossa luta pela liberdade. Através de seus atos irresponsaveis, que só aguça ainda mais a nossa crença nos ideais que nos inspiram. O exílio de nossos irmãos, de nossos idosos, de nossas mães em todo o pais tem de acabar! Nos temos um território e ele nos pertence desde a aurora dos tempos. Todavia, queremos lembrar a opinião regional e inter nacional que esta guerra foi forçada sobre nos pelo Mali que não respeitou qualquer um de seus compromissos e continua a recusar qualquer dialogo sobre o principio de respeitar o direito à autodeterminação do povo da Azawad. Continuamos abertos a qualquer dialogo, mas apenas dentro do quadro de respeito do principio do direito à autodeterminação. A este fim, nos rejeitamos as negociações atuais e nos desassociamos dos acordos atuais na Algeria. Nosso combate é justo e legitimo. A Azawad vai reconquistar sua liberdade. Nada e ninguém vai nos impedir de nosso objetivo. O M.N.L.A esta mais determinado do que nunca a continuar as operações militares até o reconhecimento oficial pelo Mali do direito à autodeterminação do povo da Azawad. Nos simplesmente pedimos as varias agências internacionais, a federação internacional da cruz vermelha e crescentes vermelhos, o alto comissario das nações unidas para os refugiados, a todas as organizações humanitárias governamentais ou não governamentais, de responder ao apelo da população da Azawad que sofrem esta situação de guerra imposta pelo Mali, afin de nos fazer renunciar a nos mesmos para nos fazer derreter em um sistema que despreza e martiriza nossa existência.
Eu vos agradeço por vossa solidariedade e sustento.
Tanemmirt-nwen.( obrigado a todos)


